A historia da Madeira começou aqui







Numa época onde a bravura era sobejamente premiada, os navegadores responsáveis pela redescoberta do arquipélago da Madeira, no início do século XV, seriam honrosamente agraciados por tal feito. “Eu o infante D. Henrique faço saber […] que dou a cargo de Tristão, Cavaleiro de minha casa na ilha desde além da Ribeira do Caniço até à Ponta do Tristão, que ele a mantenha por mim em justiça e direito e pela sua morte passe aos descendentes…” Foi desta forma que o Infante D. Henrique, na Carta de Doação da Capitania de Machico ao ilustre Tristão Vaz Teixeira, a 8 de maio de 1440, lançou as bases para a origem e fundação do que viria a ser a sociedade e património Madeirenses e, com maior particularidade, da sociedade Machiquense. Destaca-se aqui a importância dada à Capitania de Machico, e ao seu Capitão, uma vez que esta se tornou a primeira da história do Reino.

Honrado e titulado como Capitão-donatário, Tristão Vaz Teixeira, viveu longos anos em Machico. Diz-se que viveu 80 anos, 50 dos quais no governo da capitania, tendo falecido em Silves no ano de 1470. Além de todas as medidas necessárias à administração das terras e da população que, aos poucos, colonizou os diversos territórios que compunham a dita Capitania, foi ainda durante a sua governação que se fundou a Capela da Ordem de Cristo e a Igreja Matriz de invocação à Nossa Senhora da Conceição. Economicamente, o cultivo de cana-de-açúcar foi o elemento primordial para o enriquecimento e desenvolvimento da Capitania. A sua popularidade resultou no aumento de mão-de-obra e no crescimento da população. Escravos, camponeses, pequenos mercadores, ricos comerciantes oriundos do continente europeu, fidalgos, cavaleiros e pessoas honradas e de grandes fazendas afluíram a Machico enobrecendo a dita Vila, que nunca mais parou de crescer.




Em 8 de Maio de 1440 é dada a Tristão “da Ilha” a Capitania de Machico. Específica o Infante D. Henrique, Regedor da Ordem de Cristo, que “carrego a Tristão, cavaleiro da minha Casa, da minha Ilha da Madeira de a terra desde além da Ribeira do Caniço dez passos, como vai pela Ribeira acima, e de aí atravessar a serra até à Ponta do Tristão”. Portanto, a Capitania estendia-se desde a Ponta da Oliveira (no Caniço) até à Ponta de S. Lourenço e desta até à Ponta do Tristão (no Porto Moniz), que ligava depois à Ponta da Oliveira, dividindo a ilha diagonalmente.

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