Padre José Martins Júnior (1938-2025 )

 





José Martins Júnior (Machico, 16 nov. 1938) foi ordenado padre a 15 de agosto de 1962 na igreja matriz de Machico, celebrando a sua primeira no mesmo dia. Nomeado a 22 de junho de 1969 como pároco da Ribeira Seca, tornar-se-ia, a partir do 25 de abril de 1974 uma das figuras incontornáveis da política regional. Em 1967, fez uma comissão de dois anos em Moçambique, regressando à Madeira em 1969. Foi então nomeado pároco da recém-criada paróquia da Ribeira Seca e coadjutor da igreja matriz de Machico. Em 1975, presidiu a Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Machico e, em 1976, foi eleito deputado à Assembleia Legislativa Regional, como independente, nas listas da UDP, lugar que acabou por ceder a um operário da construção civil e do que a UDP se veio a arrepender. Em 1977 foi suspenso "a divinis" pelo bispo D. Francisco Santana (1924-1982), sem processo canónico formado. Em 1980, recandidatou-se e foi eleito deputado e em 1982 assumiu a presidência da Junta de Freguesia de Machico. Em 1985, a igreja da Ribeira Seca foi tomada de assalto por 70 elementos da Polícia de Segurança Pública, então sob as ordens do comissário coronel Nuno Homem Costa, a pedido do governo e da diocese, já no episcopado do novo bispo do Funchal, D. Teodoro Faria. Nas eleições autárquicas de 1989, foi eleito presidente da Câmara Municipal de Machico, cargo para o qual foi reeleito, cumprindo o segundo mandato até 1998. Em 1995, entretanto, recebeu do presidente da República Dr. Mário Soares as insígnias de comendador da Ordem de Mérito e em 1997 foi eleito deputado independente, nas listas do PS, à Assembleia Legislativa Regional, onde permaneceu até 2007, quando deu por terminada a atividade política. Em julho de 2009 ainda teve de responder no tribunal da comarca de Santa Cruz, num processo interposto pelo Governo Regional, pela acusação de "exercício ilegal de sacerdócio", mas de que viria a ser absolvido. O padre Martins Júnior continuou a exercer o sacerdócio "em consonância com o povo de Deus da Ribeira Seca", como costuma afirmar, numa igreja e residência erguidas pela população local, onde em 2013 comemorou os seus 75 anos. Pub. por Luís Calisto, Achas na Autonomia. Viagem ao interior da Flama, edição do Diário de Notícias, Funchal, 1995, p. 81.

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