De aspecto terrível, o Cavalum assemelhava-se a um grande e ruidoso cavalo, com enormes asas de morcego. As suas ventas roncavam e deitavam fogo, aterrando as populações das zonas onde passava. Ora, andando este aborrecido e desejoso de novidades, bateu à porta da igreja de Machico e aí, propôs um desafio a Deus. Com a brutalidade e irreverência de sempre, disse-lhe: -Tu aí, ó velhote, vê lá se ainda tens forças para proteger esta gente, pois vou por aqui divertir-me. Deus respondeu-lhe, enfadado: -Ora desaparece, que não tenho tempo para disparates. Mas já o Cavalum partia, achando que o aviso era suficiente. Provocou ventos!!! Provocou chuvas!!! Juntando isto e aquilo, rapidamente formou uma grande e feroz tempestade sobre a zona, terra e mar. O povo, afligido, fugia, tentando proteger-se, aos seus e seus pertences. Satisfeito, o Cavalum observava, de alto, o caos que provocara. Deus, por seu lado, enrolado em mantas junto ao lume, esperava que o Cavalum se cansasse da brincadeira. E